27.2.11

A PENSAR MORREU UM BURRO

Mas será que ninguém vê a vacuidade desta expressão?
A quem será que interessa saber como morreu o burro, senão ao médico legista? Em que é que essa informação contribui mais para a felicidade de um cidadão do que, por exemplo, saber a taxa de fecundidade dos organismos unicelulares?

Segundo ponto: os burros não possuem formas específicas de morte só pelo facto de serem burros. Tal como os humanos, e há casos de espécimes que acumulam as duas naturezas, um burro tanto pode morrer a pensar, como a dormir, a comer ou a conduzir em contra-mão no IP5.

Terceira questão: esta é mais de carácter filosófico mas, será mais digno um burro que, apesar de o ser, morre a pensar ou um pensador que morre por fazer uma burrice? Esta é uma questão que deixo à meditação do leitor, para que se perceba o quanto estas expressões, ditas populares, podem ser enganadoras no seu sentido. Se não servir à meditação, espera-se mesmo assim que esta questão sirva como indutora de sono para quem não o tem.

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